quarta-feira, 23 de março de 2011

Pêssankas

A Páscoa está chegando, e nessa época as professoras se veem em meio a coelhinhos, cenouras, e ovos, não é mesmo! Sempre admirei a arte ucraniana das pêssankas, e resolvi trabalhar a simbologia dessas obras com as turmas de Educação Infantil e de 1º ano.
 A arte de colorir os ovos pascais, conhecida como pêssanka (derivado do verbo pessaty, o qual significa escrever), é muito antiga e data do período do paganismo. Simbolizava o renascimento da Terra na primavera com a promessa de novas esperanças, saúde e prosperidade. Posteriormente, com o advento do Cristianismo, passou a simbolizar a Páscoa e a Ressurreição de Cristo – promessa de um mundo melhor e mais feliz.

 
Tendo como suporte ovos de galinha, a pêssanka é artisticamente pintada em processo artesanal utilizando cores variadas, com desenhos geométricos, figuras e símbolos religiosos originários da Ucrânia. Os ovos representam o princípio de todas as coisas, da vida e da criação. Sua forma perfeitamente desenhada, sua superfície lisa e sua cor geralmente branca, fazem do ovo um símbolo da perfeição.




O costume diz que as pêssankas devem ser recebidas como um presente, ou seja, cada símbolo representa um desejo para alguém de quem gostamos muito.
Para a realização da atividade, mandei bilhetes para as mamães pedindo cascas de ovos ( tomando cuidado para não quebrá-las, que elas tivessem um furo pequeno e estivessem lavadas e secas). Preparamos gesso de secagem rápida e enchemos cada uma das casquinhas. Depois de bem seco, quebramos as cascas..........e surpresa! Foi maravilhoso para as crianças descobrirem que dentro da casquinha tinha um ovo de gesso!
Após trabalharmos com os símbolos, pedi que as crianças então pensassem em alguém que amassem e o que desejavam para essa pessoa, e pintassem o ovo de gesso.







Depois de prontas, as pêssankas foram levadas pelos alunos e dadas como presente para mamães, papais, vovós e amigos. E as crianças conheceram um pouco mais sobre outras culturas e descobriram que o melhor da Páscoa é estar com quem a gente mais ama!




domingo, 13 de março de 2011

Estandartes/ Festa do Divino - Folclore Açoriano

Os açorianos, povo de origem portuguesa que colonizou  grande parte do litoral catarinense, além de religiosos também eram muito festeiro. As principais festas açorianas existem até hoje e mantêm o caráter religioso. Uma das conhecidas é a Festa do Divino, que acontece cinquenta dias após a Páscoa, comemorando o dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu do céu sobre os apóstolos de Cristo sob a forma de línguas como de fogo, segundo conta o Novo Testamento. Desde seus primórdios, os festejos do Divino são marcados pela esperança na chegada de uma nova era para o mundo dos homens, com igualdade, prosperidade e abundância para todos. O Divino é representando por uma pomba branca, e a festa caracteriza-se pela coroação dos imperadores, farta comida, danças, música, rezas e distribuição de esmolas.
O artista catarinense Willy Zumblick retratou os principais acontecimentos da festa do Divino em várias de suas obras.
 



Os alunos do 8º ano, após analisarem as pinturas, ficaram curiosos a respeito das bandeiras que são presença constante nos festejos. Sugeri então a eles que pesquisassem o conceito e a história dos estandartes, com especial atenção para a Festa do Divino e sua simbologia.
Em seguida, foi apresentada a proposta de confeccionar estandartes com materiais diferenciados, e facilmente encontrados na casa dos alunos. A base foi feita com papelão de caixa e cabo de vassoura revestidos com TNT, e o resto ficou por conta da criatividade e do capricho de cada grupo. Os alunos usaram fitas, lantejoulas, glitter e até fuxicos para criarem suas obras, que foram expostas na escola, maravilhando a todos que por lá passaram!





Direto dos EUA (mas serviria muito bem para as escolas brasileiras)

Esta é a mensagem que os professores de uma escola da Califórnia decidiram gravar na secretária eletrônica.

A escola cobra responsabilidade dos alunos e dos pais perante as faltas e trabalhos de casa e, por isso, ela e os professores estão sendo processados por pais que querem que seus filhos sejam aprovados mesmo com muitas faltas e sem fazer os trabalhos escolares.

Eis a mensagem gravada:


- Olá! Para que possamos ajudá-lo, por favor, ouça todas as opções:

- Para mentir sobre o motivo das faltas do seu filho - tecle 1.


- Para dar uma desculpa por seu filho não ter feito o trabalho de casa - tecle 2.


- Para se queixar sobre o que nós fazemos - tecle 3.


- Para insultar os professores - tecle 4.

- Para saber por que não foi informado sobre o que consta no boletim do seu filho ou em diversos documentos que lhe enviamos - tecle 5.


- Se quiser que criemos o seu filho - tecle 6.


- Se quiser agarrar, esbofetear ou agredir alguém - tecle 7.


- Para pedir um professor novo pela terceira vez este ano - tecle 8.


- Para se queixar do transporte escolar - tecle 9.


- Para se queixar da alimentação fornecida pela escola - tecle 0.


- Mas se você já compreendeu que este é um mundo real e que seu filho deve ser responsabilizado pelo próprio comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelas tarefas de casa, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!"







quinta-feira, 3 de março de 2011

Autorretrato

Para trabalhar a questão do autorretrato com as crianças de 5 anos, alunos da Educação Infantil, iniciei uma discussão questionando qual era a cor da pele de cada um. Quase todos me responderam que tinham a pele branca. Comparamos a pele de cada um com uma folha de papel sulfite e com uma folha da cor preta, e todos concordaram que ninguém na sala se parecia com o branco ou o preto.
Apresentei o texto "E o branco?", extraído do livro "O Menino Marrom", de Ziraldo.

E o branco?

E voltou aquela discussão: o que é realmente branco na natureza? O tipo de pergunta de menino curioso! O técnico do Instituto Félix Pacheco que me desculpe, mas tem cabelo de velhinho que é branco mesmo, branco-omo-total!

Tem muito pelo de animal: o pelo do urso, o pelo do coelhinho da Páscoa, o pelo do porquinho-da-índia. (...) E embora nem o menino marrom nem o menino cor-de-rosa jamais tivessem visto – eles sabiam – tem a neve que é branca, branca.

Aí, os dois chegaram a uma boa conclusão: a coisa mais preta da natureza é o carvão e a mais branca é a neve. (...) Como, porém, os dois acharam que assim estava bom, fica assim. E ficou também acertado que gente branca, branca mesmo, também não existe. A não ser em histórias para crianças, como aquela da Branca de Neve e os sete anões.

E quando os dois chegaram em casa, estavam encantados com uma nova descoberta: o mundo não é dividido entre pessoas brancas e pretas. Mesmo porque elas não existem. O que existe – que boa descoberta! – é gente marrom, marrom-escuro, marrom-claro, avermelhada, cor de cobre, cor de mel, parda, castanha, bege, flicts, creme, marfim, amarelada, ocre, café-com-leite, bronze, rosada e todos esses nomes e cores.

Ziraldo, O menino marrom.

Depois da leitura do texto, levei um espelho para a sala e, um de cada vez, os alunos se observaram e procuraram identificar nos painéis os tons mais próximo de pele, olhos e cabelos.
A primeira atividade foi produzir um autorretrato usando desenho no papel, com o objetivo de analisar se os conteúdos da aula foram compreendidos pelos pequenos.
 





Propus então a atividade do "Autorretrato no prato", ou seja, a criação do retrato de cada um sobre um pratinho de papelão. Primeiro fizemos misturas de tintas até chegar aos tons aproximados das cores de pele, e as crianças pintaram então seus pratinhos como se fosse o rosto.
Como não tenho materiais à disposição em minha nova escola, foi preciso improvisar. Gosto de usar papéis coloridos e EVA, mas como só tinha sulfite, os olhos e boca foram desenhados e pintados pelas crianças com as cores que eles já tinham identificado.


O passo seguinte foi cortar e colar os cabelos, feito com lã em cores próximas aos dos alunos.